Invasion of the Animal People (Suécia / EUA, 1959, PB)


“Monstros caminham pela Terra em uma fúria arrebatadora de garras! Gigantes de todos os tempos correm enlouquecidos em ataques gelados de morte controlados por cérebros alienígenas!”

 

É raro termos algum filme bagaceiro antigo de horror e ficção científica vindo da Suécia, pois a maioria das tranqueiras mais conhecidas daquele período precioso dos anos 50 e 60 do século passado eram produzidas nos Estados Unidos, Inglaterra, Itália ou Espanha, apenas citando alguns com significativa produção de baixo orçamento de cinema de gênero. “Terror in the Midnight Sun” é um filme sueco de 1959 dirigido pelo americano Virgil W. Vogel com fotografia m preto e branco a partir de um roteiro de Arthur C. Pierce e Robert. M. Fresco (não creditado).

O filme ganhou uma versão americana lançada em 1962 com o título alterado para “Invasion of the Animal People”, através do distribuidor Jerry Warren, com a eliminação de algumas cenas do original sueco e o acréscimo de outras novas com um início inteiramente diferente, além de principalmente a inclusão de um narrador na tela, interpretado pelo lendário ator John Carradine, numa clara jogada oportunista de marketing. Essa versão, que ficou com 81 minutos de duração, está disponível no “Youtube” com a opção de legendas em português.  

  

A americana patinadora de gelo Diane Wilson (Barbara Wilson) vai parar num hospital após um surto psicótico ao acordar de um pesadelo e sair correndo desenfreada pelas ruas, numa atitude inusitada que poderia ter alguma conexão com o aparecimento de luzes misteriosas de um objeto voador não identificado. Uma vez sob cuidados de médicos psiquiatras que tentam entender o seu problema, as ações se voltam para um flashback na Europa, onde ela está com seu tio, o famoso geólogo Dr. Frederick Wilson (Robert Burton). Ele é convocado, juntamente com outro geólogo mais jovem e especialista em geleiras, Erik Engström (o sueco Esten Gester), para investigar um misterioso meteoro que caiu numa região montanhosa gelada em Lapland, na Suécia.

Eles lideram uma expedição até o local da queda e descobrem que o meteoro é na verdade uma nave espacial alienígena e os invasores de outro mundo libertam um monstro bípede peludo de 6 metros de altura (interpretado por Lars Ahrén), que sequestra a jovem Diane causando grande destruição por onde passa, incluindo o avião dos geólogos e aldeias de nativos locais, que se reagrupam para combater o monstro em busca de vingança e para tentar salvar a moça.

  

“Invasion of the Animal People” é mais uma tranqueira com alienígenas e um monstro gigante. É claro que o filme possui muitos problemas e não é pelo fato de ser uma produção paupérrima com efeitos toscos, mas sim pela história arrastada e que demora demais para mostrar o que realmente interessa: os extraterrestres invasores e o monstro assassino. Somente depois de mais da metade do filme, após muita enrolação, é que surge discretamente um alienígena dentro da nave confundida com meteoro, e mais próximo do final aparece o monstro, similar a um “Yeti” das montanhas geladas, destruindo tudo pela frente, sob o comando dos alienígenas, que infelizmente aparecem pouco em cena.

Apesar da narrativa lenta com uma história sem grandes interesses, vale a pena esperar pelo terceiro ato onde finalmente os apreciadores do cinema bagaceiro de horror e ficção científica do passado poderão ser recompensados pela tão aguardada diversão com as ações do monstro.

Como característica comum nesses filmes, as “taglines” são sensacionalistas, como no exemplo reproduzido no início desse texto. Também os cartazes de divulgação possuem ilustrações coloridas exageradas para chamar a atenção do público. Num desses cartazes apelativos temos uma moça com roupas rasgadas no meio de monstros, sendo que no filme só tem um único monstro (por óbvias razões orçamentárias), além da mocinha estar sempre bem vestida (coerente com o ambiente de frio intenso). Já em outro pôster promocional temos estampado o rosto de John Carradine, sendo que ele é apenas um narrador que foi acrescentado na versão americana.        

 

(RR – 12/07/23)