“As
Torturas do Dr. Diabolo” (Torture Garden, 1967) é uma produção inglesa do
também cultuado estúdio “Amicus”, de Max Rosenberg e Milton Subotsky, rival da
“Hammer”, com direção de Freddie Francis, de diversos filmes de horror dos nos
60 e 70 como “O Monstro de Frankenstein” (1964), “A Maldição da Caveira” (1965)
e “A Essência da Maldade” (1973).
Trata-se de uma antologia de contos de
horror com roteiro de Robert Bloch, autor do clássico “Psicose”, e no elenco
temos nomes consagrados como Jack Palance, Peter Cushing e Burgess Meredith.
Com esses créditos indicando a qualidade dos realizadores, já dá para imaginar
a diversão garantida.
Em “As Torturas do Dr. Diabolo”, um título
nacional sonoro, uma atração de circo com foco no horror é apresentada pelo Dr.
Diabolo (Meredith), que convida os espectadores a conhecer situações trágicas
em seus destinos futuros, ao olharem fixamente para a imagem da deusa dos
destinos Átropos (da mitologia grega). São apresentadas então quatro histórias
de horror.
A primeira chama-se “Enoch” e mostra um
homem ganancioso, Colin Williams (Michael Bryant) visitando o tio doente
interessado na herança de sua misteriosa riqueza, e não imagina o terrível
segredo que envolve sua casa, habitada anteriormente por uma bruxa.
Em seguida temos “Terror Over Hollywood”,
onde uma atriz ambiciosa, Carla Hayes (Beverly Adams), não mede esforços para
conseguir um papel de destaque no cinema, envolvendo-se com um produtor, Eddie
Storm (John Phillips) e um veterano e famoso ator, Bruce Benton (Robert
Hutton), que também escondem um misterioso segredo sobre suas longevidades.
O terceiro episódio, “Mr. Steinway”,
apresenta um famoso pianista, Leo Winston (John Standing), que se apaixona pela
bela Dorothy Endicott (Barbara Ewing), mas não consegue manter o romance por
causa de um piano amaldiçoado.
A última história, “The Man Who Collected
Poe”, tem Jack Palance no papel de Ronald Wyatt, um obcecado colecionador de
livros e objetos do cultuado escritor americano de horror Edgar Allan Poe. Ele
visita outro colecionador, Lancelot Canning (Peter Cushing), que entre livros e
manuscritos raríssimos, também esconde um terrível segredo sobre o próprio
escritor Poe.
Todos os episódios são muito bons,
carregados de elementos de horror e até FC (no segundo episódio), e que ficam
guardados por muito tempo em nossas memórias. Como o sinistro gato preto Balthazar,
da primeira história, ou o piano assassino tocando a marcha fúnebre, do
terceiro conto, ou ainda a dupla Palance e Cushing obcecada pela literatura
sombria de Edgar Allan Poe, com graves consequências.
Curiosamente, “As Torturas do Dr. Diabolo”
é o sucessor direto de outro filme de antologia de contos também produzido pela
“Amicus” e dirigido por Freddie Francis, “As Profecias do Dr. Terror” (Dr.
Terror´s House of Horrors, 1965), com Christopher Lee e Peter Cushing.
(RR
– 27/12/13)