Abelhas Assassinas (Killer Bees, EUA, 1974)

 


“Ela controla as abelhas. Elas matarão por ela – e morrerão por ela. Ela é a rainha delas... e viverá para sempre.

 

Abelhas Assassinas” (Killer Bees, 1974) é um filme produzido diretamente para a televisão, com apenas 71 minutos, apresentado no programa “ABC Movie of the Week” da rede de TV americana “ABC”, sendo o número 56 da temporada 5.

O filme foi dirigido por Curtis Harrington, conhecido por bagaceiras divertidas como “O Planeta Pré-Histórico” (1965) e “Planeta Sangrento” (1966), e está disponível dublado no “Youtube” com a “versão brasileira Herbert Richers”. No elenco temos Kate Jackson, uma das panteras da série de TV “As Panteras” (1977 / 1981), a veterana Gloria Swanson (1899 / 1983), em sua estreia na televisão e curiosamente sendo um de seus últimos filmes da carreira que teve grande reconhecimento no cinema, iniciada na época dos filmes mudos, e Craig Stevens, um rosto conhecido nas telinhas.

A história aborda um tema muito explorado no cinema de horror, com insetos se voltando contra a humanidade, no caso as temíveis abelhas africanas assassinas, que além desse filme de 1974 para a televisão já tivemos vários outros similares como “A Picada Mortal” (The Deadly Bees, 1966), “Abelhas Selvagens” (The Savage Bees, 1976) e sua sequência “O Terror Que Vem do Céu” (Terror Out of the Sky, 1978), “Ataque Final” (The Bees, 1978), “O Enxame” (The Swarm, 1978), “Invasão Mortal” (Deadly Invasion: The Killer Bee Nightmare, 1995), o homônimo “Abelhas Assassinas” (Killer Bees, 2002) e “Enxame Negro” (Black Swarm, 2007). 

 

A reclusa família van Bohlen, de origem europeia, é conhecida e temida numa pequena cidade do interior dos Estados Unidos na região da Califórnia, atuando no ramo de negócios com plantação de uvas. Eles são proprietários de grandes vinhas com mudas oriundas da África do Sul, que vieram acompanhadas das abelhas.

A matriarca da família é a Madame Maria van Bohlen (Gloria Swanson), que comanda os negócios com austeridade e exerce grande domínio sobre seu filho Rudolf (Craig Stevens) e os netos Dr. Helmut (Roger Davis), Mathias (Don McGovern) e Edward (Edward Albert), sendo que este último foi embora para São Francisco para estudar e se tornar advogado. Porém, Edward é obrigado contra a vontade a retornar para sua cidade para apresentar sua noiva Vitoria Wells (Kate Jackson), que queria conhecer a família.

A moça é recebida com desconfiança por uma família exageradamente tradicional, enquanto em paralelo ocorrem vários incidentes trágicos próximos das plantações com mortes violentas e envolvendo as abelhas africanas, conhecidas como assassinas e que voam à noite, além do fato de estranhamente serem obedientes e controladas pela Madame van Bohlen, despertando a atenção da polícia na investigação do xerife Sargento Jeffreys (John S. Ragin). 

 

“Abelhas Assassinas” é um filme de baixo orçamento e roteiro simples, com horror moderado para se adequar ao formato de exibição na televisão. Seu maior interesse está no saudosismo da dublagem dos anos 70 e no elenco com Gloria Swanson e Kate Jackson em grandes performances. A primeira no papel da rígida anciã da família van Bohlen e que tem a capacidade de controlar as abelhas (justificando o slogan promocional reproduzido no início desse texto). E a segunda, bem mais jovem, interpretando a futura nova integrante da família, que tem que superar várias barreiras de desconfiança e ainda lidar com eventos misteriosos e acidentes trágicos envolvendo as abelhas mortais.  

Por curiosidade, nos créditos da equipe técnica aparece o nome Joel Schumacher (1939 / 2020) como o responsável pelo Desenho de Produção. Ele que seria mais tarde reconhecido como diretor de filmes importantes como “Os Garotos Perdidos” (1987), “Linha Mortal” (1990), “Um Dia de Fúria” (1993), “Batman Eternamente” (1995), “Batman & Robin” (1997), “8 mm: Oito Milímetros” (1999), “Número 23” (2007), e outros.

 

(RR – 24/02/25)






Grito de Pânico (Cry Panic, EUA, 1974)

 


Grito de Pânico” (Cry Panic, 1974) é um filme produzido diretamente para a televisão, com apenas 74 minutos, apresentado no programa “ABC Movie of the Week” da rede de TV americana “ABC”, sendo o número 50 da temporada 5.

A direção é de James Goldstone, o roteiro é de Jack B. Sowards, a produção é da dupla Leonard Goldberg e Aaron Spelling (da série de TV “As Panteras”, 1976/1981), e o elenco principal tem rostos conhecidos da telinha como John Forsythe (o Blake Carrington nos 220 episódios da série “Dinastia, 1981/1989), além de Earl Holliman, Ralph Meeker e Anne Francis (do clássico de FC “Planeta Proibido”, 1956).

 

Disponível dublado no “Youtube” com a “versão brasileira BKS”, o filme conta a história de David Ryder (John Forsythe), que está viajando cansado por uma estrada vicinal deserta a caminho de São Francisco, Califórnia, para uma entrevista de emprego, quando no início da manhã acidentalmente atropela um homem que surge de repente no meio da pista. Com o carro avariado e a vítima morta no fundo de um barranco, ele tenta obter ajuda procurando por um telefone numa casa próxima, onde é recepcionado por uma mulher misteriosa, Julie (Anne Francis).

Seus problemas pioram progressivamente quando o xerife Ross Cabot (Earl Holliman) atende o chamado de socorro e eles descobrem que o cadáver do homem atropelado desapareceu misteriosamente, iniciando uma série de eventos estranhos, com o quarto do hotel onde David se hospedou invadido e todo revirado, sua história sendo desmentida pela Sra. Ethel Hanson (Claudia McNeil), que é a governanta da casa onde procurou ajuda, entre outras bizarrices, além de descobrir que o morto é na verdade Norman Gaines, um rico e influente empresário na cidade.

David percebe então que está no meio de uma conspiração com o sumiço do corpo do homem atropelado e várias pessoas corruptas tentando confundir os fatos com interesses obscuros, como o agressivo dono da oficina mecânica Chuck Braswell (Ralph Meeker), o tradicional médico rural Doc Potter (Norman Alden), o advogado Dozier (Eddie Firestone), o dono do frigorífico Jackson (Harry Basch), o dono do motel, um funcionário dos correios e outros como o próprio xerife. Para David, só resta encontrar provas de sua inocência ou desmascarar a trama de corrupção, procurando ajuda com o Sargento Lipscombe (Gene Tyburn), policial de uma cidade vizinha.

 

Com uma produção de baixo orçamento, “Grito de Pânico” é um divertido thriller de mistério com aquelas características dos filmes feitos diretamente para a televisão nos anos 70 do século passado, exibido por aqui nos bons tempos da TV de tubo.

O espectador é convidado a acompanhar o drama do personagem principal que se envolve num atropelamento mortal, algo que já é extremamente trágico e perturbador, e ainda se torna vítima de uma conspiração que ameaça sua sanidade e segurança.

John Forsythe está ótimo com uma performance convincente como a vítima da rede de intrigas e Anne Francis, belíssima como sempre, também está muito bem como uma mulher misteriosa e amargurada que conhece os segredos da cidade e está no centro de uma turbulência com o xerife e a vítima de atropelamento.

Como destaque, além de toda a atmosfera estranha de uma cidade cheia de segredos, é uma cena com David se escondendo de seus algozes numa câmara frigorífica com uma revelação perturbadora.    

 

(RR – 22/02/25)






Rasputin: O Monge Louco (Rasputin: the Mad Monk, Inglaterra, Hammer, 1966)

 


"Rasputin: O Monge Louco" (Rasputin: the Mad Monk, 1966) é uma produção inglesa do cultuado estúdio “Hammer” e com o ícone do horror Christopher Lee no papel principal, numa história inspirada na vida real de Rasputin, um monge com supostos poderes místicos, e que conseguiu se infiltrar no alto escalão da política na Rússia no início do século XX.


No filme, Grigori Rasputin (interptetado por Lee), é expulso de um monastério por causa de seu comportamento devasso, sempre envolvido com mulheres e bebida alcoólica. Porém, devido seus supostos poderes de cura e hipnose, conseguiu conquistar a confiança da czarina (Renée Asherson) e se infiltrou no poder político da Rússia, ganhando inimigos e detratores interessados em sua morte. 


Com a típica ambientação dos filmes da Hammer, não faltando tabernas cheias de bêbados e castelos imponentes, o grande destaque certamente é a atuação de Christopher Lee, mais conhecido pelos papéis do conde vampiro Drácula. Porém, dessa vez ele mostra outro lado de seu talento artístico, fazendo o papel de um homem misterioso que exagera na bebida, dança com habilidade, conquista mulheres e é temido pelos homens.


(RR – 26/12/13)

A Casa dos Horrores Mortais (The Strange and Deadly Occurrence, EUA, 1974)

 


Os anos 70 do século passado foram bastante produtivos para os filmes com elementos fantásticos produzidos especialmente para a televisão, e muitos deles foram exibidos por aqui nos bons tempos da TV de tubo. “A Casa dos Horrores Mortais” (The Strange and Deadly Occurrence, EUA, 1974) é um exemplo com história explorando suspense, mistério e atmosfera de horror moderado. Com distribuição da “NBC” (National Broadcasting Corporation), o filme está disponível no “Youtube” com a dublagem original da época (“versão brasileira Herbert Richers”) e também foi lançado no Brasil no formato em vídeo VHS, do nostálgico tempo das locadoras.

 

Dirigido por John Llewellyn Moxey, especialista na telinha, a história é sobre a família Rhodes que se muda para uma casa de campo mais afastada da cidade grande (Los Angeles), formada pelo advogado Michael (Robert Stack, da série de TV “Os Intocáveis”), sua esposa Christine (Vera Miles, de “Psicose”) e a filha de 16 anos Melissa (Margaret Willock).

Nos primeiros seis meses tudo estava indo bem, e depois de descobrirem que o local foi palco de uma tragédia em 1834 com uma missão espanhola, gerando lendas sobre assombração, e também que o morador anterior foi um padre que morreu afogado na piscina, somado com o surgimento de eventos misteriosos (a tal ocorrência estranha e mortal do título original), com blecautes, barulhos noturnos, gritos, portas trancadas, infestação de ratos, assassinato do cachorro de estimação, entre outras bizarrices, a família fica extremamente assustada tendo que lidar com a atmosfera sinistra que envolve sua nova moradia e ameaça sua segurança.

Para aumentar ainda mais o clima de mistério surge o Dr. David Gillgreen (Ted Gehring), médico de uma penitenciária, com a insistência em comprar a casa, enquanto o xerife local Berlinger (L. Q. Jones), sempre demonstra descaso quando é acionado nas investigações, minimizando as ocorrências estranhas e justificando com explicações lógicas.  

 

“A Casa dos Horrores Mortais” é um título nacional meio exagerado e certamente apelativo para chamar a atenção, e o filme não consegue sustentar esse nome sonoro, mesmo com as tais “ocorrências estranhas”. Tem até um clima de mistério que levanta a possibilidade de alguma assombração sobrenatural em atividade no local, especulando sobre espíritos perturbados que querem tirar o sossego da nova família de moradores. Mas, a história tem uma narrativa cadenciada em seus apenas 78 minutos e os elementos de horror e suspense são bem sutis e sem sangue, para atender o formato de produção para a televisão.

Ainda assim o filme tem seus momentos interessantes, como a cena da adolescente Melissa envolvendo um manequim sem cabeça, e os sons sinistros durante a noite no lado de fora da casa, aterrorizando a família e mantendo todos em estado de tensão constante.

Provavelmente não deverá agradar ao público mais contemporâneo e acostumado com correrias, sustos exagerados e mortes sangrentas, mas vale assistir pela diversão rápida, o bom elenco com nomes de peso como Robert Stack e Vera Miles, pela dublagem clássica dos anos 70 e 80 na versão disponível no “Youtube” e pela nostalgia daqueles que viveram intensamente o saudoso período das locações de fitas de vídeo VHS.

 

(RR – 20/02/25)






Desafio ao Além (The Haunting, Inglaterra / EUA, 1963, PB)

 


“Uma casa má e velha, do tipo que algumas pessoas chamam de assombrada. É como um país não descoberto esperando ser explorado. Hill House se manteve por 90 anos e poderá se manter por mais 90. O silêncio cobre sólido a madeira e a pedra de Hill House, e seja o que for que andou lá, andou sozinho”. 


Esse é o prólogo de “Desafio ao Além” (The Haunting, Inglaterra / EUA, 1963), produção em preto e branco dirigida por Robert Wise, o mesmo cineasta de “O Túmulo Vazio” (45), “O Dia Em Que a Terra Parou” (51) e “O Enigma de Andrômeda” (71), entre outros. O roteiro de Nelson Gidding é baseado no livro “Assombração na Casa da Colina” (The Haunting of Hill House), escrito em 1959 por Shirley Jackson.


O antropólogo Dr. John Markway (Richard Johnson) aluga uma misteriosa e imensa mansão chamada “Hill House” por alguns dias, com o objetivo de realizar estudos e pesquisas sobre os estranhos fenômenos que dão fama de assombrada para a casa. Ele convida duas mulheres para participar da missão, Eleanor Lance (Julie Harris), que tem alguns distúrbios psicológicos decorrentes de muitos anos de sofrimento ao cuidar de sua mãe doente, e Theodora (Claire Bloom), que possui poderes extra-sensoriais. Completa o time o herdeiro da mansão, o jovem Luke Sanderson (Russ Tamblyn), cético e piadista, cujo único interesse é conhecer melhor o imóvel que fará parte de seu patrimônio. A ideia do cientista é coletar informações e provas da existência do sobrenatural, mas não imaginava que o grupo teria que lutar para manter a sanidade no ambiente sombrio da mansão, conhecida por sua história de tragédias, mortes e loucura.


Não falta o casal de sinistros caseiros, o Sr. Dudley (Valentine Dyall) e esposa (Rosalie Crutchley), que alerta os visitantes do perigo noturno de Hill House, algo que se transformaria num clichê muito explorado posteriormente. As hipóteses que poderiam explicar as perturbações da casa como o movimento de águas subterrâneas, eletricidade, pressão do ar, manchas solares, tremores de terra, foram substituídas por batidas grotescas e aterradoras nas paredes e portas, gritos e sussurros, além de ambientes misteriosamente frios e tétricos. “Desafio ao Além” é um exercício de puro horror insinuado, onde não se vê os fantasmas ou uma única gota de sangue, mas os efeitos de luz e sombra, sons sinistros e a cena da “porta.que respira”, que tornou-se famosa, promovem um perturbador estado de desconforto, acentuado pela ótima performance do elenco aterrorizado, principalmente a dupla de mulheres convidadas pelo cientista.


Curiosamente, tivemos uma refilmagem em 1999 com Liam Neeson, Catherine Zeta-Jones e Owen Wilson, que recebeu o título nacional de “A Casa Amaldiçoada”. Sua história abandonou o horror psicológico e sugerido do clássico de 1963, priorizando as cenas gráficas com mortes violentas e sangue. E em 1973 foi lançada a preciosidade “A Casa da Noite Eterna” (The Legend of Hell House), com roteiro do especialista Richard Matheson baseado em sua obra homônima, e com Roddy McDowall liderando o elenco. A história é bem similar à obra-prima de Robert Wise, porém com um horror mais explícito. Mas, o resultado é igualmente interessante e recomendável, juntando-se ao clássico dos anos 60 e situando-se entre os mais representativos filmes do sub-gênero de casas assombradas de todos os tempos.


(RR – 03/01/15)
















O Triângulo do Diabo (Satan´s Triangle, EUA, 1975)

 


“Nesses últimos trinta anos, logo além da costa leste dos Estados Unidos, mais de mil homens, mulheres e crianças tem desaparecido da face da Terra. Ninguém sabe como ou porquê. Esta é uma explicação...”

 

Com essa introdução narrada tem início “O Triângulo do Diabo” (Satan´s Triangle, EUA, 1975), dirigido por Sutton Roley e com elenco expressivo formado por Doug McClure, Kim Novak, Ed Lauter e Jim Davis, entre outros. Foi produzido diretamente para a televisão, com apenas 74 minutos, no programa “ABC Movie of the Week”, uma série semanal da década de 1970 que foi ao ar na rede de TV “ABC” (American Broadcasting Company), apresentando filmes de diversas temáticas, muitos deles com histórias flertando com ficção científica, suspense, mistério e horror, como “A Fazenda Crowhaven” (1970, “Escravos da Noite” (1970), “A Última Criança” (1971), “Encurralado” (1971), “A Força do Mal” (1972), “Pânico e Morte na Cidade” (1972), “A Noite do Lobo” (1972), “Os Demônios dos Seis Séculos” (1972), “Satan´s School for Girls” (1973), “All the Kind Strangers” (1974), etc.

“O Triângulo do Diabo” é o filme número 27 da temporada 6 e explorou o tema do satanismo, um assunto muito utilizado nos anos 1970 tendo como ápice “O Exorcista” (1973), mesclando também com o sempre interessante mistério do “Triângulo das Bermudas”, uma região entre a Flórida, Porto Rico e Bermudas, responsável pelo desaparecimento misterioso de aviões, navios e barcos, também conhecida como “Triângulo de Satã”, do título original, ou do “Diabo”, na escolha do nome nacional.

O filme foi exibido nas nossas telinhas, sendo uma pequena preciosidade de baixo orçamento da nostalgia dos bons tempos da televisão de tubo, e está disponível dublado no “Youtube” na “versão brasileira Herbert Richers” (quem assistia os incontáveis filmes divertidos de horror e FC na televisão nos anos 70 e 80 do século passado certamente se lembrará da referência).

 

Um helicóptero da guarda costeira americana pilotado pelo rígido Tenente Comandante Pagnolini (Michael Conrad) e o auxiliar mulherengo Tenente Haig (Doug McClure), parte numa missão de resgate de um barco pesqueiro à deriva no mar, na temida região do Triângulo das Bermudas. Haig vai até o barco, descobre que a tripulação desapareceu e encontra três pessoas mortas de forma enigmática e violenta, o ganancioso capitão Strickland (Ed Lauter), o pescador aventureiro e milionário Hal Bancroft (Jim Davis) e o misterioso padre Peter Martin (Alejandro Rey), além de localizar no porão uma mulher sobrevivente em estado de choque, Eva (Kim Novak), a acompanhante de Hal.

Depois de uma tentativa frustrada de resgate, Haig e Eva são obrigados a permanecer no barco e a mulher decide então contar sobre a tragédia que começou com a chegada do padre Martin, náufrago num pedaço da fuselagem de um avião que caiu no mar. A partir daí, ocorre uma sucessão de eventos misteriosos com o barco sem comunicação por rádio, motor não funcionando, tripulação supersticiosa fugindo em motim, e uma forte tempestade ameaçando a segurança da embarcação. Haig tenta encontrar respostas lógicas para as mortes, minimizando o efeito sobrenatural, mas pode ser que forças demoníacas estejam em ação no “Triângulo do Diabo”.

  

A história das mortes é contada em flashback com uma constante atmosfera sinistra envolvendo o barco e seus ocupantes, especulando sobre o mistério do local e elementos satânicos. Mesmo sendo uma produção de baixo orçamento feita para a televisão, com a obrigatoriedade de um horror mais sutil, o filme mantém o interesse o tempo todo, com o espectador ansioso por desvendar o mistério. Longe de ser uma obra prima, um fato curioso é que o tipo de filme cuja história básica e algumas cenas ficam eternizadas na memória de quem teve a oportunidade de ver na telinha nos anos 80, com seu desfecho perturbador, sendo uma experiência gratificante rever no “Youtube” com a dublagem original da época.

Existem muitos filmes abordando o mistério do Triângulo das Bermudas e curiosamente um deles também recebeu o título “O Triângulo do Diabo” por aqui, além do alternativo “O Triângulo Diabólico das Bermudas”. Trata-se de “The Bermuda Triangle” (México / Itália, 1978), de René Cardona Jr. e com John Houston no elenco.

 

(RR – 17/02/25)





Godzilla vs. Megalon (Gojira tai Megaro, Japão, 1973)

 


"Godzilla vs. Megalon" (Gojira tai Megaro, 1973) é um filme japonês de monstros, bagaceiro e divertido ao extremo. 


O Japão está realizando testes nucleares numa ilha, causando terremotos e fissuras que chamam a atenção de uma civilização chamada “Seatopia”, que vive secretamente abaixo do mar. Sentindo-se ameaçados, eles decidem atacar a capital Tóquio e enviam o monstro “Megalon”, que voa e solta bolas explosivas de fogo pela boca. Para auxiliá-lo no ataque é também recrutado um outro monstro espacial, “Gigan”. 


Porém, para a defesa os japoneses contam com o robô “Jet Jaguar” (similar ao “Ultraseven”), que tem a ajuda sempre providencial do popular “Godzilla”. 


Tranqueira absurdamente tosca de uma época sem computação gráfica, onde os efeitos especiais eram realizados com maquetes e maquiagens, e que diverte justamente por isso. Tudo é ruim demais, desde os atores, a história, e principalmente a luta dos monstros num estilo comédia pastelão “gigantes do ringue”, com os monstros realizando movimentos que desafiam as leis da física (sempre imagino como aqueles atores vestidos em roupas de borracha simulando monstros deviam se divertir com o que faziam...). 


A cópia que tive acesso é um DVD original japonês com legendas em inglês e curiosamente, o monstro “Megalon” inspirou com seu sonoro e interessante nome a escolha do título do lendário fanzine brasileiro de Ficção Científica e Horror, editado por Marcello Simão Branco, que teve 71 edições entre 1988 e 2004. 


(RR – 25/02/13)