Comentários curtos de cinema - Parte 6 (06/05 a 23/06/13)

Filmes abordados:

Além da Escuridão – Star Trek (Star Trek Into Darkness, EUA, 2013)
Depois da Terra (After Earth, EUA, 2013)
Fuga do Planeta Terra, A (Escape From Planet Earth, EUA / Canadá, 2013) animação
Horror Vem do Espaço, O / Monstro Sem Face (Fiend Without a Face, Inglaterra, 1958)
Massacre da Serra Elétrica 3D – A Lenda Continua, O (Texas Chainsaw 3D, EUA, 2013)
Rastros do Espaço (The Monolith Monsters, EUA, 1957)
Reino Escondido (Epic, EUA, 2013) animação
Último Exorcismo – Parte 2, O (The Last Exorcism – Part 2, EUA, 2013)
Universidade Monstros (Monsters University, EUA, 2013) animação


* Além da Escuridão – Star Trek (Star Trek Into Darkness, 2013) – Mais um filme da cultuada franquia “Star Trek”, criada por Gene Roddenberry (1921 / 1991) e cujo fenômeno popular se iniciou com uma série de TV nos anos 60 do século passado, abrangendo um universo ficcional imenso composto por várias outras séries para a telinha, animação, quadrinhos e filmes para cinema. O assunto é tão vasto e complexo que seria necessário um texto gigantesco para tentar situar o espectador não muito familiarizado com a saga. Esse filme em questão, dirigido por J. J. Abrams e que entrou oficialmente nos cinemas brasileiros em 14/06/13 com opção de exibição em 3D, é o segundo com atores mais jovens interpretando a tripulação original, seguido de “Star Trek” (2009), com o Capitão Kirk (Chris Pine), o Oficial de Ciências Spock (Zachary Quinto), o médico Dr. McCoy (Karl Urban) e os outros tripulantes que marcaram a memória dos fãs. Em “Além da Escuridão”, a história utiliza elementos apresentados em “Jornada nas Estrelas 2: A Ira de Khan” (1982), onde a tripulação da nave estelar Enterprise precisa enfrentar um vilão extremamente perigoso e inteligente (interpretado por Benedict Cumberbacht), que está por trás de violentos atos terroristas e esconde segredos que podem mudar o rumo da Federação. Muita ação em cenas bem improváveis (não para a magia do cinema), e efeitos especiais impressionantes típicos de uma grande produção de FC, recomendada para os apreciadores do gênero. (RR – 21/06/13)

* Depois da Terra (After Earth, 2013) – Aventura de Ficção Científica dirigida por M. Night Shyamalan e com Will Smith, estreando nos cinemas brasileiros em 07/06/13. Após 1000 anos de uma catástrofe transformar a Terra num ambiente impróprio para a humanidade, esta se refugiou em outro planeta chamado Nova Prime. O General Cypher Raige (Will Smith), conhecido pela bravura e disciplina militar decide levar seu filho de 13 anos Kitai (Jaden Smith) para uma missão de treinamento, porém a nave se choca com uma chuva de asteróides e na tentativa de fuga cai na perigosa Terra, repleta de animais selvagens e ambiente hostil para humanos. A única chance de vida para o garoto e seu pai ferido é encontrar um sinalizador perdido na queda, obrigando o jovem a enfrentar uma aventura mortal pela selva à procura do artefato. Shyamalan é um cineasta indiano conhecido pelas incursões no gênero fantástico, e pelas reviravoltas nos roteiros, geralmente dividindo radicalmente a opinião dos fãs. Nesse caso de “Depois da Terra”, ele optou por um filme mais tradicional com roteiro adaptado de uma história do ator Will Smith, trazendo todos os clichês de filmes de luta pela vida num ambiente adverso, exagerando em muitos momentos com situações inverossímeis de chances quase nulas de sobrevivência em eventos previsíveis. Will Smith está estranho num papel extremamente sério e seu filho na vida real Jaden parece deslocado na grande responsabilidade de personagem principal. Um filme apenas mediano, que vale pelos bons efeitos especiais, mas que não ficará na memória por muito tempo. (RR – 09/06/13)

* Fuga do Planeta Terra, A (Escape From Planet Earth, 2013) – Animação com elementos de ficção científica que entrou em cartaz nos cinemas em 30/05/13. No planeta Baab, onde a população é azul, o astronauta truculento Scorch Supernova é um herói por suas aventuras espaciais, fazendo dupla com seu irmão inteligente Gary, que controla as missões “apertando botões” em solo. As coisas se complicam quando uma missão para o temível planeta Terra fracassa e o astronauta é capturado, forçando Gary a sair da base e resgatar seu irmão. Aventura de FC para todas as idades com todos os clichês do gênero num roteiro trivial, não faltando a tão misteriosa “Área 51” e o militar terráqueo arrogante. Além de várias homenagens e citações de outros filmes, uma em especial é a cena de perseguição no interior de um canyon entre aviões da Terra e a nave alienígena de Baab pilotada por Gary, numa clara referência ao clássico “Star Wars” (1977). (RR – 08/06/13)

* Horror Vem do Espaço, O / Monstro Sem Face (Fiend Without a Face, 1958) – Produção inglesa com fotografia em preto e branco, dirigida por Arthur Crabtree e com roteiro baseado na história “The Thought Monster”, de Amelia Reynolds Long. Filme curto (apenas 75 minutos) da década de 1950 do século passado, com história absurdamente divertida, e com dois títulos nacionais. O primeiro e mais coerente pela tradução literal, “Monstro Sem Face” (conforme o livro “Ficção Científica”, de Gilberto Schoereder, 1986), e o outro pessimamente escolhido quando lançado em DVD, “O Horror Vem do Espaço”, pois a história não tem relação com algo vindo do espaço. As ações se passam numa base militar americana e canadense, que trabalha com pesquisas com energia nuclear para o desenvolvimento de um potente radar atômico que possibilitaria espionar atividades suspeitas na antiga União Soviética, durante o conturbado período da guerra fria. Porém, soldados e moradores de uma pequena cidade próxima, aparecem mortos e estampando o horror em suas faces desesperadas. O Major Cummings (Marshall Thompson) é destinado para invertigar os misteriosos assassinatos e em paralelo, tenta defender a mocinha Barbara Griselle (Kim Parker), irmã de uma das vítimas dos demônios invisíveis. Ele descobre relações entre as bizarras experiências de um cientista, Prof. Walgate (Kynaston Reeves), com a materialização de pensamentos e a influência destrutiva da energia radiativa dos reatores atômicos da base militar, criando monstros inicialmente “sem rostos” e depois visíveis na forma grotesca de um cérebro com espinha dorsal. Percebemos aqui uma influência e relações com a ideia central do clássico de FC “Planeta Proibido” (1956), onde um terrível monstro invisível, criado pela mente perturbada de um cientista, ataca um grupo de astronautas que chegam num planeta colonizado por humanos. Com efeitos especiais de “stop motion” complexos para a época, ao mostrar os monstros e seus movimentos de ataque, e situado dentro do ambiente que retrata a paranóia da guerra fria e o medo dos efeitos nocivos da energia nuclear, o filme “O Horror Que Vem do Espaço” (na verdade, que vem do “pensamento”), é mais uma garantia de diversão para quem aprecia essas preciosas tranqueiras do cinema bagaceiro antigo de FC & Horror. (RR – 26/05/13)

* Massacre da Serra Elétrica 3D – A Lenda Continua, O (Texas Chainsaw 3D, 2013) – Mais um filme dentro do universo ficional criado pelo indispensável clássico “O Massacre da Serra Elétrica” em 1974, dirigido por Tobe Hooper. Dessa vez, estreando em nossos cinemas em 17/05/13 com exibição em 3D, a história se inicia com uma continuação exata de onde termina o clássico dos anos 70. Após a família canibal de “Leatherface” (o maníaco que mata suas vítimas com uma serra motorizada e usa uma máscara de pele humana) ser dizimada num incêndio criminoso, as ações passam para muitos anos à frente onde uma garota, Heather Miller (Alexandra Daddario), recebe uma notificação informando que herdou uma casa numa região rural no Texas. Ela parte então para lá acompanhada de alguns amigos, não imaginando os horrores que a aguardavam obrigando-a a lutar pela vida. Tem sangue e cenas violentas. Mas, é só isso, pois o roteiro é ruim e cheio de falhas, não conseguindo estabelecer aquele clima sombrio tão evidente no filme original, fazendo o espectador não se envolver com a história banal. Algumas cenas são patéticas como a perseguição de Leatherface, ávido em dilacerar a mocinha e indo parar num parque de diversões lotado, sem contar que os jovens acéfalos apenas nos fazem torcer por suas mortes dolorosas. Ainda assim vale conhecer, mas somente por fazer parte da franquia. (RR – 25/05/13)

* Rastros do Espaço (The Monolith Monsters, 1957) – Produção menor da “Universal”, dirigido por John Sherwood e com fotografia em preto e branco, vindo da saudosa década de 1950, um período fértil em filmes bagaceiros de FC & Horror com histórias absurdas e por isso mesmo super divertidas. Nesse caso, um meteoro chega à Terra trazendo misteriosas pedras negras que em contato com água crescem de forma descomunal, transformando-se em imensos monolitos monstruosos (daí o título original), que desabam destruindo tudo ao redor e gerando novas pedras num processo contínuo de crescimento e destruição, impulsionado pelas chuvas. Além também de trazer o horror para as pessoas que entram em contato com essas pedras, as quais retiram o silício de seus corpos, endurecendo a carne e transformando suas vítimas em estátuas solidificadas. Uma pequena cidade no deserto americano, San Angelo, no Estado da California, através de um geólogo, Dave Muller (Grant Williams), tenta impedir o avanço dos monolitos gigantes procurando uma solução para deter a ameaça. “Rastros do Espaço” é uma daquelas tranqueiras divertidas, de curta duração (só 77 minutos), com um roteiro baseado em história de Jack Arnold, mais conhecido como diretor de preciosidades como “Veio do Espaço” (1953), “O Monstro da Lagoa Negra” (1954), “Tarântula” (1955) e “O Incrível Homem Que Encolheu” (1957), este que também tem Grant Williams como protagonista. A ideia central procura especular sobre os perigos que chegam ao nosso planeta através das quedas de meteoros, e seus segredos ancestrais vindos do espaço que podem resultar em terríveis ameaças para a humanidade. (RR – 06/05/13)

* Reino Escondido (Epic, 2013) – Animação que entrou em cartaz nos cinemas brasileiros em 17/05/13, com a opção de exibição em 3D. Uma adolescente em crise com o pai é obrigada a visitá-lo em sua casa no meio de uma floresta. Ele é um cientista obcecado em provar a existência de criaturas pequenas que vivem num “reino escondido” na floresta, mas é desacreditado pela esposa, que o abandonou e pela filha. Porém, a menina muda de opinião rapidamente depois que ela própria é miniaturizada pelos poderes mágicos de uma rainha da floresta, e se vê no meio de uma batalha entre o Bem, representado pelos homens-folha que defendem a vida nas matas, e o Mal, na figura de criaturas sombrias que querem a decomposição das árvores e vegetações. Esse velho clichê da eterna luta do Bem contra o Mal, utilizado à exaustão no cinema, continuará sempre sendo tema de muitas histórias, e novamente é o foco em “Reino Escondido”. Mas, apesar da fórmula repetitiva, ela ainda pode funcionar. Aqui, temos uma diversão para todas as idades, num mergulho sem compromisso num mundo de fantasia épica. Um destaque são todas as cenas envolvendo uma dupla atrapalhada de lesma e caramujo, que reservam sempre momentos engraçados. (RR – 19/05/13)

* Último Exorcismo – Parte 2, O (The Last Exorcism – Part 2, 2013) – Sequência direta de um filme de 2010, onde a garota Nell (Ashley Bell), vítima de um ritual demoníaco numa floresta, sobrevive e é encontrada desorientada e perturbada. Tratada inicialmente num hospital psiquiátrico, ela depois vai morar numa casa de recuperação para jovens com passados violentos e tenta uma vida nova. Porém, seguidores de uma seita satânica e o poderoso demônio “Abalam” voltam a atormentá-la. O primeiro filme, produzido no estilo “found footage”, até tem momentos interessantes, com um final pessimista e clima sombrio, mas essa continuação se situa dentro do que existe de mais comum e trivial nos filmes de horror comerciais: sustos fáceis e artificiais, história superficial e banal, quase nada de violência e sangue, e cenas exageradas e carregadas de fantasia, fugindo de qualquer tentativa de se criar uma atmosfera realmente sinistra. Ou seja, um filme desnecessário e dispensável. (RR – 18/05/13)

* Universidade Monstros (Monsters University, 2013) – Pré-sequência da cultuada animação “Monstros S.A.” (2001), que chegou aos cinemas em 21/06/13, com a opção de exibição em 3D, contando a história da dupla de monstros James P. Sullivan (voz original de John Goodman) e Mike Wazowski (voz original de Billy Crystal) mais jovens na época da faculdade. O descolado Sulley e o nerd estudioso Mike inicialmente não eram amigos e até se evitavam pelas grandes diferenças entre eles, mas com o passar do tempo e o fato de fazerem parte juntos de uma equipe num torneio de jogos para assustadores, a relação de amizade ganhou força. Com produção da “Pixar”, “Universidade Monstros” é uma divertida animação crianças, adolescentes e adultos, apresentando uma enorme quantidade de personagens curiosos, monstros estranhos de todos os tipos, tamanhos e formas, cujo mundo precisa dos gritos das crianças humanas para a geração de energia. (RR –23/06/13)