Akai (curta-metragem, Brasil/SP, 2006)


Akai” é um curta-metragem de vampirismo de 21 minutos, dirigido, escrito e produzido por Carlos G. Gananian, que tem em seu currículo outros trabalhos igualmente ótimos como “Behemoth” (2003, 6 minutos) e “Coagula” (2005, 3 minutos).
Foi lançado em DVD numa edição caprichada com belíssimas ilustrações na capa e contra capa reproduzindo cenas do filme, enfatizando o vermelho do sangue, e que traz o seguinte texto de divulgação: “Sangue tinge os corredores de uma casa. Um homem sofre de estranhas alucinações. Sozinho e debilitado, suas memória são imagens fragmentadas de um passado recorrente. A dor da culpa e o remorso assombram sua existência cada vez mais distorcida. A sede é quase insuportável. No mar encontra-se a redenção. Akai, um curta-metragem de Carlos G. Gananian, produzido em parceria pela Geral Filmes e Timore Cinema”.
O filme praticamente não tem falas, com uma narrativa lenta e atmosférica, se sustentando em imagens sombrias de uma casa sinistra e nas expressões faciais que representam o sofrimento de um vampiro (interpretado pelo ator Gustavo Arantes), em constante conflito interno entre a necessidade de se alimentar de sangue humano e o tormento pela culpa de sua existência. Os destaques são todas as cenas onde o vampiro seduz e ataca suas vítimas (todas interpretadas por Roberta Youssef), acompanhantes e garotas de programa recrutadas em anúncios de jornal, sempre de forma discreta, sem alardes ou ações exageradas, num exercício de horror sutil e poético. A produção também é caprichada, num ótimo trabalho de sonoplastia, iluminação e edição.
Já fomos presenteados com um ritual demoníaco (“Behemoth”), as ações de um psicopata mascarado (“Coagula”), e o tormento de um vampiro (“Akai”). E agora, qual será o próximo projeto do diretor?

“Akai” (Brasil, 2006) # 556 – data: 27/09/10
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A Vingança de Um Pistoleiro (Ride in the Whirlwind, EUA, 1965)



A Vingança de Um Pistoleiro” (Ride in the Whirlwind, 1965) é um excelente western dos anos 60, dirigido por Monte Hellman (outro nome lançado por Roger Corman), com roteiro de Jack Nicholson e estrelado por ele (bem jovem) e Cameron Mitchell (rosto bastante conhecido no gênero).
Três amigos, Vern (Mitchell), Wes (Nicholson) e Ottis (Tom Filer), são confundidos com assaltantes de uma diligência, e passam a ser perseguidos por um grupo de justiceiros que quer enforcá-los.
O filme foi lançado em DVD no Brasil e o nome nacional “A Vingança de Um Pistoleiro” foi mal escolhido, uma vez induz o espectador para uma idéia errada de vingança sangrenta dos protagonistas, quando na verdade eles tentam apenas fugir e lutar por suas vidas, já que não conseguiriam provar sua inocência. A sinopse que está no DVD lançado pela “Wonder” (Coleção “Gold Western”) está errada, justamente enfatizando a equivocada idéia de vingança dos personagens de Mitchell e Nicholson, após a morte do amigo que completa o grupo.
Monte Hellman dirigiu outras pérolas como “A Besta da Caverna Assombrada” (Beast From the Haunted Cave, 1959) e ajudou na direção de “Sombras do Terror” (The Terror, 1963), com Boris Karloff e também Jack Nicholson.

“A Vingança de Um Pistoleiro” (Ride in the Whirlwind,, EUA, 1965) # 555 – data: 26/09/10
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Uma Noite Alucinante 3 (Army of Darkness, EUA, 1992)



Uma Noite Alucinante 3” (Army of Darkness, 1992) completa a trilogia do diretor Sam Raimi, após o sangrento e indispensável “The Evil Dead” (1982) e a refilmagem com humor negro “Evil Dead II” (1987). Novamente dessa vez, Raimi (agora famoso pelos filmes milionários da franquia “Homem-Aranha”) optou por um filme carregado de humor e situações bizarras, muitas vezes pendendo para um verdadeiro “pastelão”.
Dando continuidade ao final do segundo filme, Ash (Bruce Campbell) retorna para o passado, numa época medieval, e se vê obrigado a encontrar o livro maldito “Necronomicon” para tentar retornar ao seu mundo e livrar os aldeões locais da ameaça de demônios e um exército da escuridão, formado por esqueletos de soldados mortos em batalhas.
O filme tem bons efeitos especiais e interessantes cenas em “stop motion”, mas abandonou o horror no primeiro filme da série. Agora temos apenas lutas e piadas para todos os lados.
(Atenção - Spoilers). Curiosamente, existem dois finais: o oficial mostra Ash retornando ao seu tempo e enfrentando um demônio no supermercado em que trabalha, e o alternativo (e muito mais interessante e pessimista), mostra Ash cometendo uma gafe no procedimento mágico descrito no “Necronomicon” e retornando além da época correta, encontrando um mundo morto pós-apocalíptico.

“Uma Noite Alucinante 3” (Army of Darkness, EUA, 1992) # 554 – data: 26/09/10
www.juvenatrix.blogspot.com (postado em 26/09/10)