Homem-Aranha 3 (Spider-Man 3, 2007)


Confirmando o imenso sucesso como franquia de entretenimento que leva multidões de todas as idades aos cinemas, estreou no Brasil em 04/05/07 “Homem-Aranha 3” (Spider-Man 3), novamente com direção de Sam Raimi e mesmo elenco principal dos episódios anteriores, liderado pelo casal Tobey Maguire e Kirsten Dunst.

Confesso que não sou apreciador de revistas em quadrinhos de super-heróis, e por causa desse fato os filmes inspirados nessa mídia não despertam muito interesse para mim. O primeiro filme da série “Homem-Aranha” (de 2002) foi apenas uma diversão rápida e com efeitos especiais ainda pouco convincentes. Já o episódio seguinte lançado dois anos depois, a situação mudou para melhor, apresentando uma história mais interessante com elementos dramáticos importantes para a definição do herói e sua difícil adaptação nessa nova condição, além dos efeitos bem mais elaborados. Com o terceiro filme da série, a sensação imediata depois de sair do cinema é de satisfação pelo show arrebatador dos efeitos especiais em ótimas cenas de ação, e também de uma certa decepção pelo exagero melodramático e sentimentalista do roteiro e a definição previsível (e conveniente para os realizadores) dos destinos dos principais personagens.
A história é até interessante, com três sub-tramas acontecendo simultaneamente e que se completam, prendendo a atenção do espectador durante todos os longos 140 minutos de projeção. São elas: a origem e ações do vilão “Homem-Areia”, que é o ladrão Flint Marko (Thomas Haden Church), com envolvimento na morte do tio de Peter Parker (Maguire); o problema de relacionamento de Parker com o amigo de infância Harry Osborn (James Franco), filho de um cientista morto num confronto com o Homem-Aranha; e a origem de outro vilão chamado “Venom”, que é o fotógrafo Eddie Brock (Topher Grace), um sujeito desonesto e rival de Parker e que deseja vingança se transformando numa criatura perigosa após ser contaminado por um organismo alienígena que procura um hospedeiro, vindo ao planeta com a queda de um meteoro. Paralelamente, Peter “Homem-Aranha” Parker ainda tem que administrar uma constante crise de relacionamento amoroso com a bela namorada Mary Jane Watson (Dunst), que passa por uma decepção na carreira de cantora.
Porém, apesar da história dinâmica e interessante de “Homem-Aranha 3”, o ponto de maior deficiência é o excesso de melodramas no ato final, com a óbvia punição dos vilões e choradeiras demais para todos os lados. Sobre isso, é curioso notar que por detrás das câmeras está justamente Sam Raimi, um diretor que ainda muito jovem, teve a ousadia, coragem e idealismo para filmar uma produção de baixo orçamento de horror extremamente cultuada e violenta, “The Evil Dead” (1982), que é um verdadeiro banho de sangue com uma história de possessões demoníacas num grupo de jovens que vão passar um final de semana numa cabana nas montanhas. Aliás, já vale a pena assistir “Homem-Aranha 3” devido à participação hilária de Bruce Campbell (amigo de Raimi e exterminador de demônios em “The Evil Dead”), como um “maitre” de um restaurante francês onde Parker tentava impressionar a namorada com um jantar especial.

“Homem-Aranha 3” (Spider-Man 3, Estados Unidos, 2007) # 438 – data: 05/05/07 – avaliação: 7 (de 0 a 10)
site: www.bocadoinferno.com / blog: www.juvenatrix.blogspot.com (postado em 07/05/07)