Jurassic Park III (2001)


Em 20/07/01 entrou em cartaz nos cinemas “Jurassic Park III”, retornando a saga de Steven Spielberg iniciada em 1993 com seus dinossauros gerados em computação gráfica e “reais” de tão perfeitos, e os personagens criados por Michael Crichton. Só que dessa vez Spielberg assinou somente a produção executiva, deixando a direção para Joe Johnston.

(Atenção: o texto a seguir contém spoilers)

A história começa com um menino e seu padrasto efetuando um vôo proibido de pára-quedas sendo puxado por um barco, nas proximidades da perigosa Ilha Sorna, que conforme o segundo filme da série (O Mundo Perdido), foi utilizada para a reprodução livre dos dinossauros, sendo um palco para experiências do projeto do desastroso Parque Jurássico. Um acidente faz com que eles caiam na ilha e para tentar seu resgate, a mãe (Téa Leoni) e o pai biológico (William H. Macy) do garoto, que estavam separados, se reúnem com três mercenários e convencem de forma enganosa, sugerindo financiamento para suas pesquisas, o paleontólogo Dr. Alan Grant (Sam Neill), que participou do primeiro filme, e seu jovem assistente Billy (Alessandro Nivola, de “A Outra Face”), a sobrevoar a ilha proibida com o pretexto de turismo. Eles acabam pousando à procura do filho do casal de falsos milionários e enfrentam todo tipo de dinossauros violentos, como um gigantesco spinossauro, mais forte e violento que o temível tiranossauro, e os inteligentes velociraptores.
Como nos outros filmes da série, os efeitos especiais são impressionantes recriando com perfeição de detalhes, animais que existiram há milhões de anos atrás, e agora com cenas de confronto com maior impacto ainda, dando mais lugar para a violência e o horror do que os anteriores. Mas o roteiro continua óbvio e cheio de clichês, com situações que beiram o ridículo e introdução de elementos tipicamente “hollywoodianos” para criar a necessária interação com o público comum e padrão dessas megas produções.
Sem contar que o ápice dessa mania de dinossauros foi há alguns anos atrás e o tema, apesar de atraente, já está se desgastando um pouco. O garoto, após cair na ilha e seu padastro morrer na queda, consegue sobreviver por dois meses sozinho num lugar completamente selvagem e agressivo, repleto de dinossauros carnívoros. Em situações reais, para um pequeno grupo de simples humanos perdidos num ambiente hostil infestado de dinossauros, seria literalmente impossível sobreviver por muito tempo. E para dar o clima necessário ao filme, eles ainda enfrentam com sucesso vários confrontos, entre eles, com um enorme spinossauro raivoso e um grupo de velociraptores, animais super ágeis e inteligentes, além de pássaros voadores como os pterodáctilos, que procuravam alimentos para seus filhotes.
Ao lutarem pela sobrevivência procurando o filho perdido e obtendo sucesso em ambos os casos, o casal acaba se reconciliando numa família unida e feliz. Sem contar a forma como conseguem ser resgatados da ilha por uma frota da Marinha americana, parecendo um exercício de guerra, avisando o mundo exterior com um telefone celular via satélite que tinha sido comido e depois defecado pelo spinossauro, sendo recuperado no meio de um amontoado colossal de fezes.
Por outro lado, as cenas dos destroços das outroras instalações científicas da ilha, os laboratórios, os alojamentos, automóveis, caminhões, estruturas, etc, são bem interessantes lembrando ambientes de devastação, guerra e abandono, num projeto fracassado de tentar manter dinossauros criados geneticamente como atração turística de um parque temático.
O elenco traz uma participação rápida de Laura Dern, a também paleontóloga Dra. Ellie Satter do primeiro filme, dessa vez uma dona de casa e mãe sossegada de família, além de Sam Neill, que parece já ter a cara da série. Tem também outros atores que tem aparecido nas telas com certa frequência como a bela Téa Leoni (Impacto Profundo e Um Homem de Família) e William H. Macy (A Vida em Preto e Branco). No final, desconsiderando os absurdos do roteiro, e principalmente pelos dinossauros, o filme consegue seu objetivo de divertir, porém seria melhor se a série ficasse por aí mesmo nessa terceira parte, apesar de que elementos para outras sequências não faltam pois a ilha ainda está lá, próximo à Costa Rica, selvagem, e cheia de dinossauros...

Observação: O filme foi exibido pela primeira vez na televisão aberta em 17/01/05, pela TV Globo, na sessão “Tela Quente”.

“Jurassic Park III” (Jurassic Park III, 2001) – avaliação: 6 (de 0 a 10)
site: www.bocadoinferno.com / blog: www.juvenatrix.blogspot.com (postado em 24/05/06)